Malajube lançou em 17 de fevereiro de 2009 seu terceiro disco, "Labyrinthes", e decidiram arriscar um pouco mostrando que seu diferencial é bem mais do que usar a língua francesa para se destacar entre os milhares de grupos que surgem tão rápido quanto um F5 no Hype Machine. Alargando sua proposta de adicionar psicodelia às canções, a banda neste disco parece querer fazer um revival dos anos 1990, sobretudo o início da década. Em alguns momentos soa moderno como o primeiro single “Porte Disparu”, um rock dançante e melancólico, que lembra as músicas mais conhecidas do disco anterior, como “Montréal -40°C” e “Pate Filo”. Mas as influências não são nem de perto o que fundamenta o Malajube como uma das bandas relevantes nesta década que termina. A curiosidade que despertam tem a ver com estarem buscando criar, eles próprios, uma referência dentro da música pop. Isolados num universo que se vale de criar similaridades e intersecções entre diversas épocas, o Malajube soa esquisito e com orgulho. A voz de Julien Mineau, um dos cabeças do grupo parece sempre esmagada por um instrumental meio bagunçado, está sempre a gritar, em algumas ocasiões, parece sufocado. Em “Luna”, com um piano estilo cabaré sujo, parece respirar, mas sua voz ainda soa angustiada. E nessa passada, o disco vai pontuando esses momentos de sofreguidão, que, como já provou o rock desde o final dos anos 1980 é bastante apreciado por aqueles que buscam nas canções uma trilha sonora para mazelas. Ainda que assuma alguns riscos - e cometa alguns erros, a banda foi bensucedida no seu caótico barulhento rock falado em francês.
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